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Linhas de pesquisa

LINHAS DE PESQUISA - TURMA INGRESSANTE ATÉ PRIMEIRO SEMESTRE/2015
 
1 - FRONTEIRAS, POPULAÇÕES E BENS CULTURAIS
Estudos dos modos de apropriação pelas populações residentes em determinados espaços e suas representações no âmbito das sociabilidades, da preservação dos bens culturais e da construção de identidades.
 
2 - POLÍTICA E MOVIMENTOS SOCIAIS
Estudo dos movimentos sociais e da política com ênfase nas relações destas dimensões da vida coletiva.
 
3 - INSTITUIÇÕES E HISTÓRIA DAS IDEIAS
Estudo das ideias como expressão da ação humana e das lutas de interesses econômicos, sociais, políticos e culturais que levaram ao desenvolvimento das instituições que dão feição característica às sociedades contemporâneas do mundo ocidental.
 
LINHAS DE PESQUISA - TURMA INGRESSANTE A PARTIR DO SEGUNDO SEMESTRE/2015
 
1 - HISTÓRIA, CULTURA E NARRATIVAS
Propõe-se como objetivo da linha abrir um canal de comunicação e de diálogo entre a história e a cultura, por intermédio das narrativas que as permeiam,entendidas como  práticas sociais que são produto/produtoras da realidade social. Para encaminhamento, estabelecemos como propósitos:
a) focalizar as perspectivas teóricas, metodológicas e historiográficas para o estudo das dinâmicas sociais, políticas que marcam as relações das pessoas e dos grupos em diferentes temporalidades e espaços; 
b) examinar os processos de produção e de circulação de significados que vinculam as pessoas à história do poder, da cultura, do simbólico;
c) captar as formas de expressão e de comunicação das culturas e a constituição das identidades;
d) compreender os nexos entre a história, a cultura e o patrimônio;
e) identificar as tensões entre os conceitos de natureza e cultura na história; as apropriações dos saberes e dos fazeres; os usos e os sentidos da história e da cultura para os segmentos populacionais; considerando-se nas análises as variáveis histórico-sociais, a etnia, a religião, a região, os gêneros, entre outros relacionados à geração e às categorizações provenientes do conceito de classes;
f) potencializar as reflexões sobre a cultura material e imaterial bem como da cultura visual, para pensar as sensibilidades e as subjetividades no conhecimento histórico;
g) analisar as vivências religiosas por meio das práticas de apropriação, ressignificação, representação e visões de mundo;
h) abordar a narrativa científica como uma interpretação da realidade social norteada por um “imprinting cultural” em função do qual se delineiam os lugares sociais e campos científicos;
i) realizar estudos sobre as táticas e estratégias adotadas pelos diferentes grupos no processo de interpretação da realidade e construção de narrativas buscando criar uma identidade social;
j) estudar como as crenças e discursos norteiam as construções históricas e culturais.
Para viabilizar e fundamentar os encaminhamentos, a bibliografia será organizada com estudos que deem suporte ao debate e à abordagem das temáticas e questões centrais à disciplina, com vistas às suas incorporações nas pesquisas. Por conseguinte, a proposta abarca estudos que ofereçam os instrumentos para pensar sobre as constituições, as leituras e interpretações dos documentos. Buscar-se-á proporcionar uma nova maneira de olhar e de abordar as narrativas dos documentos encontrados nos arquivos e nos acervos de diferentes origens e conteúdos, tais como os oficiais, da imprensa- revistas e jornais;  os públicos e privados. Logo, serão desenvolvidas novas estratégias para o levantamento e a seleção das fontes orais, escritas e imagéticas; a ampliação dos artefatos e suportes de comunicação da história e da cultura (gravuras, pinturas, fotografias, cinema, arquitetura, decoração, móveis e objetos, as vestimentas etc.). Os teores e os efeitos de sentidos histórico–culturais que as narrativas escritas e visuais carregam e comunicam serão constituídos e interpretados como portas de entrada para o acesso ao conhecimento e à compreensão da história e da cultura.
 
2 - HISTÓRIA POLÍTICA
Certamente, a História Política constituiu as primeiras matrizes que alicerçaram a construção da disciplina de História. No seu sentido ocidental clássico, ela nasceu com o narrar da história da polis, da art bellum, dos governantes, da res publica e dos cidadãos que conduziam as decisões na cidade antiga. Podemos falar da história política na Grécia clássica, na China da dinastia Xia ou no Brasil contemporâneo. Uma literatura já consagrada considera o declínio da história política a partir das críticas provenientes dos Annnales, e referencia a sua fragilidade, principalmente, entre as décadas de 1940 e 1970. No entanto, um olhar mais acurado permite perceber que durante todo esse período foi produzida, a partir de distintas perspectivas analíticas, vasta literatura no campo da história política, principalmente no mundo anglo-saxônico: A.J.P.Taylor, Arnold J. Toynbee, G.R. Elton, C. Hill, Herbert Feis, W.A. Williams, Walter LaFeber. Mesmo na França, pode-se registrar a produção de história política de ótima qualidade nesse período, merecendo menção P. Renovin e J. B. Durosselle
É verossímil supor que a história política, mesmo em suas vertentes mais conservadoras, quase sempre dialogou com diferentes campos do conhecimento histórico e de outras áreas das humanidades, dentre as quais podem ser mencionadas a Ciência Política, a Economia, a Geografia, a Psicologia e a Filosofia. Se, de fato, o campo tornou-se fragilizado entre as décadas de 1940 e 1970, o que, até certo ponto, é motivo de debate, reconhece-se que ele sofreu uma profunda renovação e adquiriu maior vigor a partir da década de 1980.
Entretanto, observa-se ainda certa timidez no desenvolvimento do campo no Brasil, talvez por influência de uma visão distorcida dessa área do conhecimento histórico. No entanto, sinais promissores foram vislumbrados na última década. Nesta senda, entende-se que a proposta desta linha se coaduna, de um lado, com a produção do corpo docente nos últimos anos e, de outro, com as necessidades da produção histórica no país e com o cenário promissor para esse campo dos estudos históricos.